domingo, 28 de junho de 2020

É difícil quando se é adulto entender que toda dor que corrói o fundo do peito se carrega só. A lágrima desce a noite, no choro compulsivo abafado pelo travesseiro, na voz interna te dizendo que vai ficar tudo bem quando claramente não está. Eu sempre carreguei muito aqui dentro, sempre suportei sozinha e tudo bem. Mas os problemas aumentam com o passar dos anos, as dúvidas não são cotidianas, mas existenciais. E não tem mais um colo, um cafuné de quando se é criança e possui um machucado que cura com beijo de mãe. Não é só dormir que passa. É um buraco que só aumenta e me consome. Então choro baixinho por mais uma noite, me desculpando pra mim mesma, tentando segurar minha mão, pedindo em oração que tudo fique bem e torcendo pra que tudo dê certo no fim das contas.