terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Pinto as unhas de vermelho, corto meu próprio cabelo, uso o que me convencer
Invento meu ritmo, meu descompasso, me injeto meu próprio veneno
É doce morrer nesse mar de lembrar diz em linha do Equador
Mas prefiro morrer e me perder no que virá
Meu mar de lembranças é infindo, cheio de sabores
E amargos que não quero sentir na boca
Então me jogo, me provo, me sinto
E pinto minhas unhas de vermelho pra me ver melhor

Um gole de água de coco bem gelada e nada mais




Pra diminuir esse calor que atinge minha alma e meu corpo




E hidratar os ressequidos caminhos por onde o amor passou




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sábado, 15 de janeiro de 2011


Nada por fazer, nada pra fazer, nada a se fazer
Um belo dia, desses que podem servir pra muita coisa, desses que a gente imagina coisa que sabe que não vai cumprir
Calor deixando vento quente, deixando a gente querendo brisa de mar
Expectativas que não se cumpriram, planos que não couberam mais descabidos
Rotina escondida nas mesmas coisas de todos os dias e quebradas com o que antes parecia rotineiro, como ficar fazendo coisa alguma quando se tem melhor opção
Cansaço das mesmas dúvidas de respostas simples que a gente não quer enxergar porque é bobo, ou porque é teimoso mesmo
Livros chatos que a gente não quer terminar de ler, mas termina por ansiedade de final previsível e tão chato quanto o início e o meio. Livros bons que não foram lidos sabe lá porque, e que o serão quando os eixos saírem do lugar
Tenta escrever, mas sobre o quê? Sobre o nada que se é presente ou sobre o que se quer e está ausente, sobre o real ou o irreal que é vontade de realidade da gente?
Até as confusões características não mais se confundem, e conclui firmemente que precisa de gente, precisa de presente e não futuro não passado, mas
momento, momento vivente vigente na hora que se vive, que é então o agora
Mas falta inspiração, falta imaginação porque cansou de só sonhar, mas sonha mesmo assim, sonha variado, e gosta de sonho, de sonhar, se sonha vivendo, embora se viva não sonhando
E persiste esse querer do que não existe, querer do que não sabe o que é, querer por que quer e só por isso
E continua com o nada, nada nesse dia quente, com vento quente e sol a pino
E quer se refrescar, mas não com água, com vida vívida que vive, com gelo e com fogo, com calor de gente e alma de brisa que se leva leve por ai


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domingo, 9 de janeiro de 2011

você, um alguem.




Os dia passam, o horóscopo muda, os passageiros do ônibus saem, os carros passam pela rua... e eu me pergunto: Cadê você?
Você, que eu nem sei quem é, mas espero que exista pra ter um sentido nessa coisa que chamam de amor
Você, que não precisa ser metade de fruta nenhuma, porque laranja, limão ou morango com vodka e açúcar já me é bastante bom
Você, que não precisa ser perfeito, porque isso eu não sou, nem príncipe encantado, porque já fui Borralheira, Julieta, até Isaura e de nada adiantou
Você, que não precisa viver comigo um final feliz pra sempre, porque tudo um dia acaba e o mundo gira tanto que que para é só um bobo-idiota-alienado
Você, que basta me trazer paz, inspiração pra minha poesia, sorriso pra alegrar e mais um colo vez em quando, além de, claro me deixar de pé e cabeça nas nuvens, que no chão já tenho até demais, e pra completar falta só um beijo daqueles de arrepiar alma e coração.
Você, que tem que existir pra fazer a porra dessa vida ser um pouco mais bacana, te peço apenas uma coisa:
Venha logo, por favor! Porque essa moça que vos fala já cansou de procurar em tanta gente e não achar um só alguém por quem suspirar.
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A chuva decidiu-se por cair e está forte agora
Faz um pouco de frio, mas não tanto
Bate um cheiro de maresia e com ele um clima de romantismo
Não sei se pelo momento ou pelos pensamentos meus olhos querem chorar
Não é a primeira, nem ultima noite em que me encontro imersa na minha solidão
Mas hoje a corda aperta mais e tenho vontade de alguém
Não sei que alguém seria, mas quero um colo
Um abraço onde eu possa me esquentar e afugentar meu mal-me-quer
Desejo de um beijo, mas beijo de verdade e com vontade, que dure uma eternidade e pare em qualquer lugar, até em baixo de edredon
Quero sussurro ao pé do ouvido dizendo que está tudo bem e até saudade eu queria se fosse ter certeza de que no próximo encontro o tempo iria estacionar
Não quero alguém pra ter posse, pra ser meu, gosto do desapego e da liberdade
Mas queria apenas alguém que fizesse um mero segundo valer a pena
Ainda que fosse por um dia ou por uma hora
Quero alguém pra recordar e ficar bem
Ou apenas alguém que sente na varanda comigo e veja a chuva cair sem querer nada além de um momento de paz e um sorriso em troca.




=/

(L)

Das minhas paixões súbitas você foi a mais duradoura e a mais cruel
Você tomou conta do meu coração de modo repentino que não sei explicar e do mesmo modo o feriu sem que eu pudesse fazer nada
Você não faz ideia de quão cortante pode ser a palavra amizade vinda de seus lábios e de quão inquietante pode ser o teu abraço
Das decepções que tive, apesar de não ter sido a pior, você foi a mais dolorida e inexplicável
Cada gesto teu me afundou para um abismo de confusos sentimentos que tento em vão explicar para mim mesma
E o qual ainda tento achar a saída de emergência
Como pode confundir-se tão cegamente amor e amizade a ponto de não poder destruir um sem levar o outro junto?
Como vou aceitar perder você por algo sobre o qual não tenho controle algum?
Espero acordar um dia com a certeza de que você não faz efeito nenhum sobre o ritmo de meu coração
Espero poder te ver sem tentar achar fragmento de outro sentimento em suas ações
Espero poder te guardar como um grande amigo e somente como isso.



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De tanta história que a gente passou junto me dói não ter nada pra guardar
Não que não houve momentos felizes ou bons ou inesquecíveis
Mas a indiferença que se estabeleceu em meu coração fez tudo evaporar como água quente
Eu tento pensar e lembrar de você como alguém especial, mas não dá pra mandar no que sinto
Cada lembrança tua aparece mais como um momento de cegueira ou burrice minha do que com a história de um primeiro namorado
Eu gostei de você por um tempo, mas não sei se te amei, como também não sei quando e porque o sentimento foi embora
Do nosso namoro de quase três anos ficou o que não quero para mim
De você ficou a incerteza, o vazio, a pergunta de como pude continuar com você todo esse tempo
Não sei se o erro maior foi meu ou nosso
Mas, infelizmente, os seus erros foram cruciais
Desculpa se não posso olhar pra trás e ficar com o gosto bom ou mesmo amargo de nós dois
Desculpa, mas é e foi melhor assim
Terminar com você foi a melhor coisa que fiz por mim mesma
Quanto a você, espero que não tenha que apanhar da vida para aprender o erro que insiste em cometer pela 5ª vez.



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As chamas dançam ao sabor do vento se contorcendo em suas cores embaralhadas. Ardendo em violeta-amarelado e mais uns tons, iluminando um breve espaço dessa varanda fria. A chuva brinca num vai-e-vem teimoso, enquanto uns e outros passam pela rua vazia e escura. Sem postes, sem lamparinas ou luz qualquer. Como vagalumes cegos tentando achar a rua de casa.
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sábado, 8 de janeiro de 2011





Completamente escuro e sem graça

Volto ao meu refúgio particular

Depois de, em vão, tentar puxar acordes em meu violão empoeirado

No esconderijo de minhas palavras encontro minha fortaleza

O colo não achado em pessoas alheias

E um consolo pro meu desamor opcional

Já é de praxe meu escrito como emplasto, como ópio e como fuga

Me embriago de lápis e papel e sob a chama de uma vela

Me delicio com o prazer da poesia inacabada



°

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um amigo mais que camarada =]


Hoje eu lembrei de você como lembro quase todo dia

E mais uma vez assisti ao filme do qual derivou seu apelido

Não é fácil nesse mundo desinteressante encontrar alguém como você

Um coração de ouro, valioso nas melhores qualidades humanas
e nos mais simples detalhes

Sabe aquelas pessoas que trazem instantaneamente o sorriso
e a pureza numa alma encantadora e doce?

Aquelas pessoas a quem queremos bem acima de tudo
e nos fazem melhores pelo simples fato de estarem do nosso lado?

É, você é assim.

Um maluco beleza, a quem guardo com um imenso carinho desde o início,
até o fim e por todo o meio. =]
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

curvas


Desarme-se!


Deixe seus escudos, sua táticas, seu desamor


Deixa essa barreira que te impede de abrir o coração


Deixa essa mágoa que te reduziu a cacos pra lá


Deixa essa indiferença de lado


Deixa essa ferida cicatrizar


Se dê uma chance, não custa nada tentar


O amor nunca morre, renasce


E cada fim deixa uma brecha pra recomeçar



.

-

Não vou permitir perder-me por você mais uma vez
Vou firmar meu juízo, meus pés no chão, minha cabeça no lugar
Sem nenhum descontrole, batida desritmada ou suspiro
Vou virar o jogo e me ganhar
Esquecer qualquer vestígio de que um dia amei você
Mandar catar-te lá na esquina da minha memória
Desvincular seu nome do campo da saudade
E plantar espinhos nas sementes que você deixou
#

Jardins suspensos da realidade


Não se preocupe querida jardineira,

Eu sempre andarei trançada em seu cabelo

Não desbotarei por qualquer ventania

Nem deixarei que um beija-flor sugue todo meu néctar

Estarei aqui.

Enquanto houver nossa magia, nossos desencontros encontrados

Nossos desequilíbrios equilibrados, nossos desejos indesejados

Estarei aqui jardineira, nada muda, nem mudará

E se essa água que te flui me saciar

A chuva tratará de encharcar nossa poesia

E a cada nova manhã que nasce vermelho-alaranjada

Predominará a nossa cor de sangue





Para uma jardineira muito especial =]

ponteiros


Cores, laranjas, lázulis, lavandas

Contrastes, intra, extra, externo

Estojos, pinturas, varandas

Mundo desnudo, imundo

Publicidade particular

Galhos, nervos, anos, segundos

Presente ausente, futuro

Claro, espasmos, obscuros

Tic-tac, tic-tac, reticências (...)



:)
O tempo é água, não dá pra segurar com as mãos

Ele jorra, escorre, flui e muda constantemente

É? Não! Já foi. Passou, passado, desestático

Não volta, não retarda, não acelera

Passa e quando a gente vê tá lá atrás

Desacompanhado, indecoroso, não espera

Tempo, tempo trambiqueiro

Deixe-me viver os meus segundos

Já que não se mexe em seus ponteiros


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O

Qual é o imã que se esconde por tras de de seu sangue quente?
Esse magnetismo, olhar navalha que corta meu juízo em pedaços?
Qual a explicação de Freud pra esse seu sorriso bobo que derrete cada partícula de meu coração de gelo e despe minha alma por completo?
Qual a mágica dessa sua voz rouca em meu ouvido, percorrendo cada veia do meu corpo, injetando adrenalina,provocando arrepio?
Qual é o teu segredo pra atenuar minha explosão, essa calma em braços fortes onde quero me esconder?
Qual é o teu mistério afinal?
Você me disse que a vida é feito mar, então me troco em ondas pra que em mim possas navegar.


:)

T

Braços fortes, mãos firmes, boca que pede beijo.
Tão transparente e tão indecifrável
Uma contradição que esconde na rispidez um coração gigante
Não sei você, mas eu adoro esse não te querer querendo
Essa briga que termina em desejo
Esse campo minado que insisto em me meter
Não que esteja me apaixonando por você
Mas me atrai o proibido perigo que é querer te ter
E assim a gente deixa tudo quieto e vai levando
Deixando a vontade guiar, deixando o resto de fora
Até onde der.


#

A.

Beijo com gosto de literatura boa que traz a sensação de descoberta igual a final de livro recém-lido
Tão inimaginado, incerto e insensato, como música bem-feita de acordes variados
Duas faces de mesma moeda,
Nobreza de Pierrot com toque de poesia modernista e cavalheirismo fanfarrão de inglês oitentista
Excentricidade é sua palavra de ordem e gracioso é seu magnetismo intelectual
Um achado, uma raridade, uma singularidade.
Um tesouro em forma de pessoa.



:)

h.

Olhos pequenos e doces como amêndoas pela metade
Negros como a noite, brilhantes como mar refletindo sol
Sorriso tímido chamando atenção e brincando de esconder
Abraço bom de se afogar e fácil de se perder
É, não sei se certo ou errado,
mas o devaneio que me levou até você foi o mesmo que te deixou guardado na lembrança
e o mesmo que não quer deixar te esquecer
Menino, nem você sabe a força desse seu beijo
E que fique assim, posto que carência faz tudo se confundir
Embaralha-se em mistério se fui eu ou foi você
Desembocando em um delírio cometido que juízo, por enquanto, não me deixa repetir
#

céu das 5 e pouca


Como se consegue passar pela vida sem notar os detalhes que a permeiam?
Sem sentir os contornos, auto relevos, pedregulhos, borrões e traços fora do lugar que fazem essa dimensão ser tão singular?
Como não enxergar os vários tons de azul e branco que se mesclam iluminados pelo rei Sol no céu de minha cidade natal num sábado qualquer e que trazem formas e figuras quase Michelangelamente pintadas?
Como não querer compreender a força existente nas tortuosidades e inclinações dos troncos de árvores, que cada uma a sua maneira suporta o passar das estações e o temperamento do clima sempre encontrando uma maneira de ficar de pé e, se porventura cai ao solo, ainda assim permanece com suas raízes firmes e fixas?
Como não tentar imaginar a história de cada passageiro que cruza o nosso caminho? Como não querer saber quem são e quem querem ser, seus sonhos, seus amores, seus delírios...?
Como não achar que há uma força superior que rege essa orquestra a qual chamamos de universo? Como não abrir o coração e se deixar tocar pela magia da vida? Como não ser artista se minhas pupilas conseguem captar a beleza e a linha tênue que faz de cada grão único e especial?
Como não ser criança se tenho a ânsia de criar meu próprio mundo e a sede de conquistá-lo como pirata e ilha do tesouro?
Como não ser poeta se consigo traduzir em palavras o que nem mesmo entendo com a razão?
Como tentar achar respostas pra essas questões que nem mesmo se explicam?
Vivendo. Sentindo. Amando.



ps: o céu que me inspirou numa tarde de sábado não era esse, mas era tão bonito quanto e mais ou menos assim. :)


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Até quando se deve deixar que o orgulho fale mais alto?
Até a dor ser tamanha que nos anestesie?
Até todo afeto se dissipar como fumaça, todo amor escorrer pelo ralo, todo sentimento se esvair?
Qual o nosso limite, até onde dá pra ir por amizade?
Será que vale a pena o sacrifício, o amor-próprio, o sorriso disfarçado quando se quer bem a alguem? Quando a presença desse alguem traz paz e felicidade?
Qual o maior preço a pagar?
Perder a amizade ou o orgulho?
Não sei, mas sinceramente, pelo meu bem, espero fazer a escolha certa.


ps: pra você, sempre pra você, que não vai ler.

domingo, 2 de janeiro de 2011

bocejos.

Não há sussurros, nem conversas, nem ecos
somente a tv ligada em qualquer coisa e barulhos rotineiros que causam um pouco de medo repentino
Sozinha em casa na primeira madrugada de 2011
Que queria dizer isso?
Nada, ora pois.
Sozinha, porém não solitária
Me faço boa companhia enquanto o sono não vem
Enquanto o sono não vem
Enquanto o sono não vem
Está pronto, seu sono?!

sábado, 1 de janeiro de 2011

FELIZ 2011!


E lá se vão as 7 ondas pra pular
E lá se vai o ano que passou
Eram 00:01 de 01.01.11
e ela apenas sorriu e agradeceu
Agradeceu por estar viva por mais um ano,
agradeceu pelo ano bom, pelos sonhos realizados,
pela maturidade adquirida, pelas pessoas amadas
Agradeceu e só.
Não pediu quase nada.
Somente saúde, força e fé.
Saúde pra viver o tanto que ainda há de se viver
Força pra levar e esbarrar no acaso
Fé pra se apoiar, pra se aguentar de pé, pra ter no que se crer
E foi.
Foi andando pela areia com seus amigos
Deixando tudo que não lhe fez bem pra tras
Guardando no coração o que fez bem
E suas resoluções de fim de ano estão no arquivo e na memória
Ano novo.
Brinde a vida.
E o que virá não se pode prever
Mas como as ondas puladas ela apenas resolveu deixar tudo fluir
E sorrir, e sorri, e sorrisos.

=]