sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

declaração do amor maior

As palavras sempre me encantaram, como nuvens leves em dias de sol, como vermelhos vivos e gostos doces no céu da boca, de modo a derramar sobre elas de pesarosos lamentos à desmedidos risos incontidos. Como uma espécie de divã ao qual posso atirar-me e desandar histórias e inconscientes. Me encantam, roubam minha atenção, meus murmúrios, meu conforto. Constroem-me as palavras, e não o inverso. Perfazem cada célula minha como um código genético invertido, inato, raiz de minhas entranhas. E se por ventura faltam-me, a saírem boca a fora latejam e circundam, sangue e saliva adentro, toda a minha existência.

Nenhum comentário: