domingo, 7 de novembro de 2010

noite de um verão qualquer

Uma taça de vinho tinto, pais fora de casa, noite boa de se viver
E eu aqui.
Sozinha, com o gosto doce meio ocre na boca
Zapeando canais a procura de algo que tire o tédio,
ou que ao menos distraia por um segundo
E lá se vai outra taça, e outro suspiro, e outra lembrança de amores frustrados
E passados remotos de ações não feitas e arrependidas
Ah, solidão
Explode feito o tilintar do vidro - não cristal - do cálice aos dentes
Ocasional ou opcional, pode ser um deleite se bem aproveitada
E eu a gasto, desgasto e regasto pensando em você
Naquele arrepio que não posso permitir sentir
Naquela vontade de querer o que não se deve querer
É, a solidão cai como uma luva se minha própria companhia se faz auto suficiente
Se me afasta de perder o juizo em teu beijo
Ou de derreter em teu abraço forte a me envolver
É, sou melhor quando sadomasoquista me obrigo a esconder vontade
Sou melhor quando machuco só a mim e não a outrem
É.
A solidão me cai como uma luva.
Até que me reste o gosto doce ocre na boca.


ponto e vírgula;

2 comentários:

Paula Carine disse...

opa! coisa melhor do q uma taça de vinho tinto? sabe, costumamos reclamar da solidão, mas ela nem sempre é malvada. muito melhor do q uma taça de vinho é estar sozinho para poder refletir sobre a vida e logo após tomar decisões ou escrever algumas poucas verdades (duras as vezes) no papel (hj computador!). estar sozinho as vezes desespera, a solidão as vezes nos prega peças... mas saber esperar é o segredo que a vida sempre deixa a gnt descobrir sozinho. E esperando é bom tomar mtas taças de vinho tinto pq a gnt nunca sabe como quão longa é a espera!!!
bjoooo Jeh
passa lah no meu blog, coloquei texto novo (coisa p gnt q eh meio doido como a gnt =p)
http://paulakarines.blogspot.com/

Teka Almeida disse...

Suas palavras dizem muito daquilo que já não posso expressar. São doces, fortes, únicas. Deliciosamente perturbadoras, assim como as paixões que elas escondem.