terça-feira, 3 de maio de 2011

combustão



De tanto atrito fez-se faísca, e então do caos da oposição nasceu desejo entre os corpos. Fagulha intensa, chama gelada, despertando o coração,apagando amor antigo, criando paixão. Tórrida, de azucrinar juízo, proibida em suas convenções, controversa em suas complicações. Daquele jeito imã. Foi consumida, não consumada, restando quase vela toda e pavio pouco queimado. Foi apagado pela boa mocice dela, foi amordaçado pela canalhice dele. Mas ainda vive. No magnetismo deles dois ao se encostarem, a espera de um acidente no percurso, um combustível, que reacenda a chama e a faça arder até secar toda vontade e toda parafina.



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