segunda-feira, 9 de maio de 2011



Garganta arranha. Tenta engolir, não consegue. Não cospe, não desce, não deglute. Embola, entala, breca os movimentos peristálticos. Incomoda, machuca, mas deixa. Não desfaz o nó e ele fica ali. Preso, inerte, fixo. E o choro não vem, a cabeça doi, o cansaço se aloja. E acostuma com ele, esperando um marinheiro que desate, uma água que dissolva ou uma explosão que varra pra dentro - ou pra fora, o fio emaranhado de sentimentalismo, descrença e desilusão. 

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