Consome todos os sentidos lógicos, morfológicos, sintáticos e psicológicos do meu ser, como uma corrente de eletricidade percorrendo veias em frações de segundos sem que nada possa ser feito para contê-la. Chega de uma fagulha surgida do nada, de um bem querer transformado em insaciável querer, que nem ao menos se dá ao respeito de ser contido, espalhando-se aos quatro cantos estampado face, voz e gestos de incontidas crises, as quais você nem ninguém consegue entender. Como se as palavras embaralhassem ainda quando em formação e viessem avessas nas sinapses, até pararem no céu da boca em respirações ofegantes e desreguladas, recusando-se a saírem em seu tom normal, expulsas em forma de resmungos e irritações sem motivo que dão origem a brigas com menos fundamentação ainda. Como se o volante tivesse parado de funcionar, derrubando tudo que vê pelo caminho sem que eu possa virá-lo de volta para a direção certa. Me corrói como fumaça quente a adentrar os pulmões, queimando tudo por dentro, soprando fogo, grito, vento e acaba por deixar um gosto amargo na ponta da língua.
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