quarta-feira, 27 de junho de 2018
quinta-feira, 21 de junho de 2018
De tempos em tempos me vem uma vontade absurda de escrever, de colocar no papel tudo aquilo que eu andei guardando dentro de mim, mas que engraçado - me faltam palavras. Eu, que não aguento uma brecha e desando a proliferar verbos, substantivos, frases e conceitos, sentindo dificuldade em terminar uma frase às 01:38 da madrugada. Como se amanhã não houvessem horas de menos para cumprir a extensa lista de coisas a fazer, resolvo minha inquietação com um texto absurdamente ruim. Parecendo café frio que não faz efeito nenhum e ainda deixa gosto ruim na boca. Pequenos grandes prazeres massacrados pelos dias corridos. Voltarei.
As vezes eu gosto de criar em minha cabeça diálogos que a gente teria se eu realmente estivesse pronta pra escutar tudo o que não condiz com o meu lado da história da gente. Acho que é isso, né? Eu sinto e finjo que não vejo que preciso sair correndo o mais longe possível de você. Você finge que não sente e não pesa as consequências de dividir seu mundo comigo. Embora nossos corpos, conversas e olhares se encontrem mais ritmados do que nossas cabeças, que pensam incessantemente e não saem do lugar, eu não estou nem um pouco preparada pra ouvir você dizer que me avisou trocentas vezes sobre tudo que você podia me oferecer - e eu aceitei. Claramente me coloquei nessa situação e não quero sair. Talvez porque no momento não quero lidar com toda carga emocional. Talvez por todos os motivos pra continuar sejam massacrantemente superiores aos de virar as costas. Ou talvez por ter uma ponta de esperança de que em alguma parte do caminho você vai se dar conta de que somos um pouquinho melhores juntos. Você me faz lembrar de mim mesma antes de toda essa vida de renúncia, de quando eu questionava tudo e queria, de fato, mudar o mundo. Você me traz leveza, mesmo trazendo tempestade pro meu coração calmo e desacostumado. E me faz perceber que eu definitivamente não sei quase nada - da vida, das musicas, das coisas mais inúteis. E eu me pergunto todos os dias porque sinto esse tanto. E porquê não sentiria se você tem a alma tão bonita? Acho que gosto de você, e talvez isso explicaria a minha dificuldade em colocar as palavras pra fora. Escrevo, antes que sufoque.
terça-feira, 19 de junho de 2018
Por muitas vezes eu pensei em voltar vários passos, pro lugar onde era seguro, em que eu conseguia controlar cada pedacinho de sentimento que habitava em mim. Eu não sei em que parte eu me perdi. Talvez eu estivesse tão focada nos meus objetivos que esqueci de fechar a porta. E como eu tentei voltar atrás. Por diversas vezes eu só queria não ter que carregar o peso de tudo. De toda essa incerteza, dúvida, sensação de não ser recíproco, de não entender como tudo cresceu e fugiu do espaço que eu achava que podia reservar pra sentir. Definitivamente, eu não esperava por nada disso. Não agora. Não você. Não esse tanto de sentimento. E eu posso fingir pra todo mundo que não está bem estampado no meu sorriso de felicidade quando você está por perto - apesar de ultimamente cada vez menos disfarçável; posso enganar a mim mesma não admitindo que perdi o controle. Até pra você eu posso demonstrar que ta tudo calmo, embora minha cabeça esteja dando 365 voltas em um segundo. Mas eu me perco no meio dos meus dias quando escuto algo e me lembra que você poderia gostar de escutar. Ou quando surge alguma dúvida e me vem a cabeça te perguntar. Ou no cansaço do fim do dia em que eu só queria o seu abraço pra descansar um pouco. Em cada café nas poucas madrugadas em que consigo me manter acordada. No meio das leituras dos assuntos mais chatos em que até o som do ventilador faz o pensamento saltar pra longe. E ele vai direto pra você. E eu tento entender e controlar ainda mais, me perguntando como isso foi acontecer comigo - que controlo tudo. E que já tinha zerado todas as expectativas não uma, mas várias vezes. Sem esperar nada, foi acumulando em algum lugar bem escondido, longe de toda minha razão. Ai, transbordou. E eu não faço a mínima ideia do que fazer desde então.
O medo faz parte do processo de se chegar a algum lugar. Talvez seja um indício, ou só algo que nos faça sentir vivo e além de todo o foco. Talvez seja só uma forma mais dolorosa.. ou não? É a sensação de não saber se o caminho é o mais adequado ou se as variáveis vão dar certo no final de tudo. E não há como testar sem chegar lá, no fim de tudo, que por outro lado também é começo de tanta coisa. Sempre dizem que é pra ir com medo mesmo, mas não explicam como controlar a respiração sufocada, os batimentos acelerados, as lágrimas que chegam do nada. Mas a gente segue ou pelo menos tem que seguir. Sem saber se é mesmo a outra face da coragem, a coragem em si ou alguma outra coisa. Só sei que ele me faz continuar além dos meus limites.
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