Por muitas vezes eu pensei em voltar vários passos, pro lugar onde era seguro, em que eu conseguia controlar cada pedacinho de sentimento que habitava em mim. Eu não sei em que parte eu me perdi. Talvez eu estivesse tão focada nos meus objetivos que esqueci de fechar a porta. E como eu tentei voltar atrás. Por diversas vezes eu só queria não ter que carregar o peso de tudo. De toda essa incerteza, dúvida, sensação de não ser recíproco, de não entender como tudo cresceu e fugiu do espaço que eu achava que podia reservar pra sentir. Definitivamente, eu não esperava por nada disso. Não agora. Não você. Não esse tanto de sentimento. E eu posso fingir pra todo mundo que não está bem estampado no meu sorriso de felicidade quando você está por perto - apesar de ultimamente cada vez menos disfarçável; posso enganar a mim mesma não admitindo que perdi o controle. Até pra você eu posso demonstrar que ta tudo calmo, embora minha cabeça esteja dando 365 voltas em um segundo. Mas eu me perco no meio dos meus dias quando escuto algo e me lembra que você poderia gostar de escutar. Ou quando surge alguma dúvida e me vem a cabeça te perguntar. Ou no cansaço do fim do dia em que eu só queria o seu abraço pra descansar um pouco. Em cada café nas poucas madrugadas em que consigo me manter acordada. No meio das leituras dos assuntos mais chatos em que até o som do ventilador faz o pensamento saltar pra longe. E ele vai direto pra você. E eu tento entender e controlar ainda mais, me perguntando como isso foi acontecer comigo - que controlo tudo. E que já tinha zerado todas as expectativas não uma, mas várias vezes. Sem esperar nada, foi acumulando em algum lugar bem escondido, longe de toda minha razão. Ai, transbordou. E eu não faço a mínima ideia do que fazer desde então.
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