As vezes eu gosto de criar em minha cabeça diálogos que a gente teria se eu realmente estivesse pronta pra escutar tudo o que não condiz com o meu lado da história da gente. Acho que é isso, né? Eu sinto e finjo que não vejo que preciso sair correndo o mais longe possível de você. Você finge que não sente e não pesa as consequências de dividir seu mundo comigo. Embora nossos corpos, conversas e olhares se encontrem mais ritmados do que nossas cabeças, que pensam incessantemente e não saem do lugar, eu não estou nem um pouco preparada pra ouvir você dizer que me avisou trocentas vezes sobre tudo que você podia me oferecer - e eu aceitei. Claramente me coloquei nessa situação e não quero sair. Talvez porque no momento não quero lidar com toda carga emocional. Talvez por todos os motivos pra continuar sejam massacrantemente superiores aos de virar as costas. Ou talvez por ter uma ponta de esperança de que em alguma parte do caminho você vai se dar conta de que somos um pouquinho melhores juntos. Você me faz lembrar de mim mesma antes de toda essa vida de renúncia, de quando eu questionava tudo e queria, de fato, mudar o mundo. Você me traz leveza, mesmo trazendo tempestade pro meu coração calmo e desacostumado. E me faz perceber que eu definitivamente não sei quase nada - da vida, das musicas, das coisas mais inúteis. E eu me pergunto todos os dias porque sinto esse tanto. E porquê não sentiria se você tem a alma tão bonita? Acho que gosto de você, e talvez isso explicaria a minha dificuldade em colocar as palavras pra fora. Escrevo, antes que sufoque.
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