domingo, 3 de maio de 2020

Meu peito aperta calado exatamente a meia noite, quando um jazz me teletransporta dentre lembranças de carinhos e conversas e cócegas que apenas você sabe fazer, porque ninguém consegue fazer com que eu sinta (é, você descobriu meu ponto fraco e usa de vez em quando e eu odeio e amo ao mesmo tempo). Eu lembro você o dia todo, e apesar de sempre doer, alguns momentos são mais insuportáveis, como agora. Tomo um chá e fumo um cigarro imaginário, o que é engraçado porque eu odeio cigarro, mas tragar e assoprar o vento quase como fumaça me fazem relaxar, talvez os pensamentos se dissipem pelo ar fazendo dessa maneira. É um sábado e é dia de estar com você, mas não estamos nem temos data pra estar, o que pode ser qualquer dia nessa semana ou quem sabe demore um pouco mais. Não me acostumo com isso, com não ter seu cheirinho de xampu impregnando minhas narinas, de não sentir seu abraço bem apertado quase sufocante porém na medida exata de parecer um lar, de não poder olhar fixamente seus lindos olhos azuis por um longo silêncio reconfortante. Cada pequeno fragmento de você e de nossos dias percorrem minha memória de sensações e a lágrima embaça a visão enquanto engulo choro e chá tentando ser forte enquanto a saudade martela e pesa. Daqui a pouco é hora de dormir e sem você é muito mais difícil do sono chegar. Insisto em continuar ouvindo músicas que me deixam feliz e triste ao mesmo tempo e me transportam até ai, mas o que não lembra você nessa minha vida tão cheia de amor e de momentos? 

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