quarta-feira, 16 de março de 2011


Grito, mas ninguem ouve. Estou afônica, muda, parada enquanto meus pés se movimentam sem sair do lugar, como numa esteira rolante invisível. Sinto o caos se aproximando, soprando '- não há como fugir' enquanto me tira todo o ar. Não há esconderijo, não há porta de saída, nem janela, nem abismo pra se jogar. É tudo claro. A escuridão se faz dentro de mim, no meu corpo corroído de mágoa e palavras não ditas. Toda vontade se desfaz como papiro em vinagre e tudo perde sabor. Tudo se torna só sufieciente, só sobreviver, sem viver, sem desfrutar, sem ver boniteza. Carrego um fardo vazio, uma cruz podre e sem peso algum, um pesadelo de sonho bom, engasgo de ar. Um turbilhão me suga pra dentro de um redemoinho, estou girando, dando voltas, desesperando, até chegar a um lugar que desconheço (...)




ps: Quando eu descobrir qual é esse lugar continuo o texto, ainda que eu não saiba bem ao certo se ele é (ou será?) bom ou ruim.

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