quarta-feira, 2 de março de 2011

equilíbrio distante




Vejo um linha a se formar entre meu ontem e hoje. E de uma forma estranha me pego sendo um alguem já superado há muito
Que a vida atua em ciclos, aprendi cedo. Mas nunca pensei sentir novamente um vazio experimentado aos meus 15 e poucos.
Muita vivência, paixões e fatos me levaram so ser que sou nesse momento, mas questões de tempos atrás ecoam em minha mente.
Sei que a sina do homem é buscar e questionar a tudo e a todo tempo. Mas devo simplesmente aceitar que minhas dúvidas nunca serão respondidas racional- ou irracionalmente?
Se é tudo convenção ou construção, se tenho uma revolução pulsando no peito e um jeito próprio de ver o mundo, porque agora quero conforto nas mentiras usadas para aquietar almas curiosas?
Porque quero um sentido direcionado, se atirei minha bússola ao mar e nunca senti a falta dela?
Sinto uma angústia que não sei explicar e perante a finitude da vida me recuso a aproveitar os segundos que tenho.
Quero por vezes lavar-me em lágrimas, mas lágrimas vãs não resolverão. Lágrimas pelo nada, pelo que sei que vai passar?
Sei que o vulcão redespertará, ainda que todas as forças gravitacionais insistam em manter as placas tectônicas inérteis.
Mas espero que não seja necessário sofrer um terremoto para que o desperte para um novo velho ciclo.



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Após transcrever para o blog esse texto notei um grande paralelo cíclico - ou será coincidência?- entre a data de criação desse blog (2007) onde eu tinha 15 e poucos anos e escolhi o título "Equilíbrio Distante" ao acaso e hoje (2011) onde eu com 19 anos me encontro num ponto onde o equilíbrio nem se nota de tão distante que está. Sempre pensei em fazer um texto que explicasse -ou ao menos tentasse- o fato de ter sido escolhido esse nome. E não sei se alguem vai entender o que quero dizer, mas esse texto explica bem isso. Sabe quando achamos que amadurecemos e crescemos deixando pra trás o que fomos e de uma hora pra outra voltam os medos superados, as dores curadas e as qualidades perdidas? Isso não quer dizer que regressamos ao estágio anterior ou voltamos a ser o que eramos antes (Como diz Heráclito: Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio), mas sim que estamos em um desequilíbrio, entre ciclos passados e futuros, e isso acontece para que possamos relembrar o que nos fez chegar ao que somos. Sempre nos confrontaremos com nós mesmos, sempre haverá gladiadores internos no coração, sempre teremos velhos amores para reviver. E talvez o equilíbrio sempre esteja mesmo distante, mas a vida se não fosse corda-bamba seria chata demais. É necessário o medo de cair para olhar lá de cima e sentir a adrenalina correr nas veias. É preciso atirar-se para sentir o vento no rosto, é preciso desequilibrar-se para chegar (perto) do equilíbrio.


:)

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