domingo, 20 de março de 2011

Lua.




E da janela do meu quarto, a Lua. Coberta de nuvens, Ela, a dos apaixonados, cheia e linda se esconde como que me dizendo: -Coração sem amores, não merecendo meu brilho, permanecer-te-a sem vislumbrar minhas trasmutações em fachos de luz e sem inspirar-se em minha rara apresentação, enquanto vazia e só apresentar-se defronte a mim.



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Então fechei a janela e sai de casa, como que escomungada pela rainha profana que parecia esquecer de sua discípula. Blasfemando carências e desacasos, esquecendo de que me levei a esse caminho solitário por vontade própria. E lá pelas quase dez, depois de tantas frustadas olhadas ao céu, pude ver a Lua, a que tanto queria prestigiar, e ela permanecia ao alto, longe, intocada, intocável. Distante, embora iluminando toda a rua. E quis poder ter asas, para chegar mais perto dela, para que pelo menos um milímetro de sua luz pudesse me contagiar, para que meu vazio fosse novamente preenchido, e assim sendo que pudessemos ser amantes na solidão, onde eu, debruçaria-me todas as noites à janela, como lobo enamorado perante a toda sua magnitude.



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