terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Contra-capa

Voltei a ler aquele livro que você me deu, não sei se por saudade ou por nostalgia. Aquelas suas palavras doces escritas em letras engraçadas e meio que garranchos disfarçados, que tanto reclamei e insisti em te dar caligrafias - todas esquecidas junto com as palavras cruzadas arrancadas do jornal de domingo- passeiam em um passado recente de memórias sussurradas: "É pra te ver crescer por dentro e por fora, minha menina, Pra te lembrar de ter fé e te trazer sorriso. Do teu amor pra vida inteira, Edu." Ah, uma vida inteira acho que se passou desde o livro, agora meio empoeirado, desde nosso amor, desde sua dedicatória, desde que tínhamos 16 e achávamos que primeiro amor durava para sempre... Hoje os brancos já começam a cobrir seus cachos onde meus dedos enroscavam e passeavam em cafunés intermináveis. Hoje, aquela menina que fui se perde entre jornadas de trabalho, reuniões de pais e professores, cansaços constantes e aquele livro que você me deu, que voltei a ler por saudade de ser sua menina, quando a gente achava que o amor era andar de mãos dadas no fim da tarde na pracinha, quando a gente achava que primeiro amor durava para sempre, e pelo visto, acho que a gente estava certo quanto a isso. Pra que você saiba que eu cresci com muita fé e muitos sorrisos, graças a você, ao nosso amor e aos nossos filhos, de sua mulher e eterna menina, Carol.

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