terça-feira, 6 de setembro de 2011

a ti



Dedicar-te-ei imperfeitas canções, de melodias imaginárias que toco sem saber em acordes acasos, errados e desritmados 
Dar-te-ia meus sorrisos, minhas conversas gesticuladas, meu timbre alto e demasiado agudo, meus olhares envergonhados, meus sentidos aflorados em lua cheia
Fazer-te-ia mil poesias, prosas, trovas, letras de musicas, cronicas-matinais-de-jornal-antigo e todo tipo de escrito que te traduzisse em algo findo e terno
Entregar-te-ia meus choros sufocados no travesseiro, meu ciúme por meus objetos, minha mania por cheiro de livro e meu brilho no olho por vitrines
Admirar-te-ia a cada dia e a cada por de lua, a cada folha decaída, decomposta e recomposta em flor na primavera
Ver-te-ia com o coração a pino, com concepções mudadas, com planos de curta duração e vontades longinquamente permanentes
Ia, a dedicar-me, a dar-me, a fazer-me, a entregar-me, a admirar-me a ti, de ti, em ti, para ti, pronome oblíquo, segunda pessoa do singular


#

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai de quem merecer...