Eu sempre achei que textos se construiriam em tempos de mágoas, sofrimento, algumas bads ou aquelas tristezas que só precisamos sentir sem motivo realmente fundo. Talvez por a escrita sempre ter sido meu escape, meu mundo, onde eu me sentia e me sinto confortável em derramar todas as minhas confusões e sentimentos. Sempre fui de construir muros em torno de mim, como forma de não se machucar. E sempre sofria por algo que não sabia muito bem de onde vinha. Tentava juntar os meus pedaços soltos como se carecesse de uma perfeita sincronia para que eu pudesse me sentir inteira. Como se o mundo todo não fosse suficiente e ao mesmo tempo como se tudo me sufocasse. Eu queria o mundo, porém só enxergava a parte de mim que se fechava no meu próprio eu. E com o tempo a gente aprende a levar e lidar com a vida e com nossa própria cabeça -ainda que falte mais um tanto de aprendizado, até porque a vida é isso, constante aprender e ao mesmo tempo saber que não sabe nada. E nesse viés, eu posso ter o mundo e o meu mundo. Posso ser tudo, sem me fechar pra vida e pra pessoas. Posso escrever feliz numa sexta feira sobre nada. Apenas pelo prazer, apenas porque sou o que escrevo, sou escrita e sou um mundo dentro do mundo dentre de outros tantos mundos. Viver é desaprender e aprender. Tantas vezes até que ela chegue ao fim. E recomece, tudo de novo. Tem uma frase que diz "a vida não é uma reta, é fluida". E é ali, em cada esquina que a gente vira que a vida acontece. E a gente desacha do que achava; encontra sem nem ter procurado. Se perde e se destroi pra se reconstruir inteira e nova. Com pedaços e remendos. A gente segue caminhando.
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