Avanço pela noite fria
Disparando flechas de solidão explícita
O brilho da Lua cobre meus cachos ao vento
Enquanto banho-me na chuva gélida de Julho
Respiro, forço meus pulmões a avançar de volta a vida
Na pele pálida, insípida,
as gotas cortam como estilhaços de vidro
Enquanto permaneço silenciosa, amordaçada
Invisível como alma a vagar na plenitude
Oh! Desperta-me desse blecaute interior
Semeia sangue nessa carne voluptuosa
Injeta adrenalina nesses nervos
Traz de volta minha aura luminosa
O que sinto é teu veneno a corroer minhas veias
Meu coração frígido a bombear fagulhas
Espelho!Reflete-me pura!
Refrata desenhos, sonhos, devaneios
Alguém! Escutai-me!
Um eco? Uma reverberação?
Nada. Somente o silêncio cortante como navalha.
Nem uma pegada, nem um corpo, nem uma folha seca
Vazio, inabitado, inóspito
Estou só.
...
Então acordo, crua, apavorada
A mente esplana, clareia
Conexões nervosas retornam.
Confortam-me, era um pesadelo
Olho ao redor, continuo só
Em meu quarto lilás, apenas as paredes e eu
Segura da escuridão noturna, do relento
Mas imersa na mesma solidão soluçada das minhas líquidas lágrimas.
;*
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