quinta-feira, 15 de julho de 2010

solidão.


Avanço pela noite fria

Disparando flechas de solidão explícita

O brilho da Lua cobre meus cachos ao vento

Enquanto banho-me na chuva gélida de Julho

Respiro, forço meus pulmões a avançar de volta a vida

Na pele pálida, insípida,

as gotas cortam como estilhaços de vidro

Enquanto permaneço silenciosa, amordaçada

Invisível como alma a vagar na plenitude

Oh! Desperta-me desse blecaute interior

Semeia sangue nessa carne voluptuosa

Injeta adrenalina nesses nervos

Traz de volta minha aura luminosa

O que sinto é teu veneno a corroer minhas veias

Meu coração frígido a bombear fagulhas

Espelho!Reflete-me pura!

Refrata desenhos, sonhos, devaneios

Alguém! Escutai-me!

Um eco? Uma reverberação?

Nada. Somente o silêncio cortante como navalha.

Nem uma pegada, nem um corpo, nem uma folha seca

Vazio, inabitado, inóspito

Estou só.

...

Então acordo, crua, apavorada

A mente esplana, clareia

Conexões nervosas retornam.

Confortam-me, era um pesadelo

Olho ao redor, continuo só

Em meu quarto lilás, apenas as paredes e eu

Segura da escuridão noturna, do relento

Mas imersa na mesma solidão soluçada das minhas líquidas lágrimas.



;*

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